MPPB participa da abertura da oficina de trabalhos artesanais para apenados do PB1

O promotor de Justiça da Tutela Coletiva do Sistema Prisional e Direitos Humanos, Ricardo José de Medeiros, participou, na tarde desta quarta-feira (20), da abertura da Oficina de Reciclagem de Reutilização do óleo de cozinha na produção de produtos de limpeza, a exemplo o sabão em barra. A oficina ocorreu no Presídio Masculino PB1, em Jacarapé, na Capital.

A oficina foi ministrada por professores do curso de química do Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação da Paraíba (IFPB), em parceria com o Tribunal de Justiça e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. A princípio, a oficina foi destinada para cinco apenados que trabalham na área de serviços gerais da penitenciária e que apresentaram bom comportamento.

O diretor do presídio, Tenente Oliveira, informou que a oficina vem a acrescentar um maior conhecimento na área. “Temos 562 apenados, mas designamos os cinco primeiros apenados para o trabalho e, se tudo der certo, expandiremos a iniciativa para outros apenados que apresentem também bom comportamento”, disse o diretor enfatizando que o trabalho também vai beneficiar na pena de cada um.

Para o promotor Ricardo de Medeiros, esse trabalho de ressocialização iniciado pelo diretor do PB1 quebra uma velha realidade de que o apenado não é capaz de trabalhar fora do presídio. “Esses cinco apenados vão ter, a partir de agora, a obrigação de quebrar preconceitos lá fora, e vão provar ao sistema que são capazes, mostrando resultados para que esse projeto tenha sucesso”, disse o promotor ressaltando a iniciativa do diretor do presídio .

A juíza de Direito da Vara de Execução Penal, Andréa Arcoverde, informou que o curso ministrado por profissionais da área química é uma iniciativa que começa no PB1 mas depois será extensivo a todos presídios da grande João Pessoa. “A princípio os produtos confeccionados pelos presos serão para consumo próprio, mas depois vamos trabalhar com a ideia de expandir para doação em instituições de caridade”, complementou.

Já o coordenador do Eixo da Família da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, Thiago Robson, explicou que os produtos são confeccionados através da reutilização do óleo de cozinha. “Se cada um, em vez de jogar pelo ralo o óleo utilizado, colocá-lo num recipiente, não só vai ajudar ao meio ambiente como também as instituições penais a desenvolver um trabalho de ressocialização”. Ele disse ainda que já existem postos de coletas dos óleos reutilizados e doações também de materiais de limpezas que são utilizados na fabricação dos produtos pelos presos, a exemplo do cloro, desinfetantes concentrados e essências.

Os interessados podem fazer a doação na secretaria da Primeira Igreja Batista de João Pessoa e na Escola de Gestão Penitenciária (Egepen).