Promotor eleitoral de Sousa abre representação contra secretária da Saúde e diretora de hospital

Após a confirmação de que dois médicos do Hospital Regional de Sousa foram demitidos em pleno período pré-eleitoral, com fortes indícios de perseguição política, o promotor de Justiça da 35ª Zona Eleitoral, Samuel Miranda Colares, abriu representação visando a aplicação de multas contra a diretora da casa de saúde, Apoliana Ferreira, e a secretária estadual da Saúde, Roberta Abath, apontadas como autoras do fato.

A abertura de procedimento para investigar se houve ou não perseguição política e crime eleitoral na demissão dos médicos Antônio da Rocha Formiga Neto e Sonally Yasnara Sarmento Medeiros ocorreu no mês de agosto. Os dois foram exonerados no início de julho. A médica é irmã do candidato a vice-prefeito de Sousa Ênio Medeiros (PMDB). Já o médico é filho de um candidato a vereador, Júnior Sarmento (Júnior Cotó, também do PMDB).

A disputa eleitoral entre os candidatos a prefeito André Gadelha (PMDB) e Fábio Tyrone (PSB) poderiam ter motivado as exonerações que, em análise inicial, não teriam sido abertos procedimentos administrativos, com motivos justificáveis ou faltas graves para que os dois fossem demitidos no período dos três meses que antecedem as eleições.

Em depoimento ao Ministério Público, a diretora do hospital, Apoliana Ferreira, disse que a demissão do médico foi motivada pela cobrança que ele fez dos valores de plantões. Quanto à médica, a diretora Alegou que a exoneração aconteceu por causa de várias reclamações contra a profissional na Ouvidoria do hospital, por faltas ao trabalho durante mais de um ano.

A diretora entregou relatórios ao Ministério Público com reclamações contra a médica, feitas quatro meses antes da demissão. Os afastamentos, segundo o hospital, se deram por motivos meramente administrativos e técnicos.