“Adote um idoso”: campanha da Promotoria da Cidadania de JP é permanente
A campanha “Adote um idoso”, promovida pela Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania e dos Direitos Fundamentais de João Pessoa com o objetivo de incentivar as pessoas a ajudar os idosos do município, é uma iniciativa permanente.
A promotora de Justiça Sônia Maia destacou que o sentimento fraterno não deve existir apenas ao Natal. “Que esse sentimento de amor ao próximo, de solidadriedade e fraternidade cristã, não se restrinja apenas ao período natalino, nem se limite à ajuda material às Instituições de Longa Permanência para Idosos, que desenvolvem programas filantrópicos de acolhimento asilar às pessoas idosas e, que, igualmente, necessitam da ajuda não só da comunidade e da sociedade, mas, sobretudo do Poder Público. São entidades não-governamentais, que prestam serviços de atendimento ao idoso, em virtude da inexistência no Município de João Pessoa de instituição governamental na modalidade de longa permanência”, disse.
A promotora ressalta que, de acordo com o Estatuto do Idoso, é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Ela explica que a família, em primeiro plano, tem o dever moral, legal e cristão de cuidar da pessoa idosa. “Os filhos, cônjuges, netos, irmãos, todos devem ser solidários no sentido de prestar cuidados e assistência aos idosos. Notadamente, aqueles que vivenciam situação de risco e vulnerabilidade social”, declarou.
Ainda conforme a promotora, em se tratando de pessoas idosas que não tem família nem condições de reger a própria pessoa e prover sua subsistência, incumbe ao Estado garantir-lhe a proteção à vida, à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade (Art. 9º, do Estatuto do Idoso).
Campanha
De acordo com Sônia Maia, a campanha “Adote um Idoso” visa despertar atitudes para formação de uma corrente do bem. “Que as pessoas vejam o ser humano, que hoje é um velhinho ou uma velhinha, como criaturas de Deus, que necessitam da ajuda do seu semelhante para uma vida com dignidade”.
“Os filhos que abandonaram seus pais em asilos, e sequer vão visitá-los, para manifestar o carinho e o afeto por aqueles que dedicaram parte de suas vidas para criar e educar sua prole, façam-se presentes na vida dos idosos, pois nenhum presente material é comparado à felicidade de ser amado por aqueles que muitas vezes são ingratos e ausentes, importando tão-somente, os proventos de aposentadoria dos idosos e a perspectiva da herança, mesmo antes do falecimento dos instituidores”, comenta a promotora.
A promotora destaca ainda a importância de dirigir o olhar humano aos idosos que vivenciam situação de rua. “São idosos que estão nas vias públicas, nos semáforos, que necessitam de um medicamento, um abrigo, um cobertor, um colchão, uma vestimenta, mesmo que usada, um alimento, até mesmo um pedaço de pão e uma xícara de café para saciar sua fome”, complementa.
“Sejamos guiados pelo senso humanitário. Vamos sair da nossa zona de conforto, dos nossos gabinetes e ver com nossos olhos e com o desejo de servir, os idosos que vivem em locais inacessíveis, residências paupérrimas, insalubres, nas periferias, nas comunidades, que não podem exercer a cidadania, porque falta-lhes a documentação de identidade civil”, afirma.
A promotora Sônia Maia incentiva ainda que as pessoa adotem um idoso que é vizinho, que mora sozinho, que não tem parentes. “Ele nada pede para si, senão, um gesto de carinho, uma palavra afetuosa, uma providência que pode estar a seu alcance. Muitos idosos têm recursos financeiros, mas vivem na solidão, sofrem depressão e até chegam ao suicídio”.
“Vá aos hospitais, e veja o sofrimento do enfermo, usuário do SUS, abandonado, procure minorar a sua dor, com um olhar carinhoso, um aperto de mão, um abraço amigo. Os velhinhos e velhinhas estão bem próximos a nós. Basta queremos alcançá-los. Eles estão à espera da assistência médica, de internação hospitalar, morrendo dia a dia. Os anciãos e anciãs podem ser encontrados, na igreja onde você congrega, nas feiras livres, no supermercado, nos prédios públicos e particulares, nos terminais rodoviários, atordoados, negligenciados, oprimidos e dignos de ajuda e comiseração. Para adotar um velhinho ou uma velhinha, não é preciso esperar pelas festas natalinas. É um ato de amor e não tem prazo de validade. Basta seguir a máxima de Cristo Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, conclui a promotora ressaltando a importância do espírito natalino para o ano inteiro.