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“Comunicação não violenta não é um método para falar ‘fofinho’. É uma forma de viver”

 “A comunicação não violenta não não é um método, um jeito, para falar ‘fofinho’. É uma forma de viver”, afirmou Elanne Karinne de Oliveira Canuto, durante o webinário sobre o tema realizado pelo Ministério Público da Paraíba, na manhã desta sexta-feira (21/08). Durante o evento - organizado pelo Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (Nupa) e pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) - os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre a comunicação não violenta (CNV) como uma ferramenta a ser usada para melhorar a qualidade dos relacionamentos pessoais e profissionais; sobre a importância de treinar a empatia e de enxergar as necessidades e vulnerabilidades humanas, sem os rótulos mentais e sociais que impedem a conexão entre as pessoas e a solução dos conflitos.  

O evento foi apresentado pela promotora de Justiça que atua na área da violência doméstica de João Pessoa, Dulcerita Alves, que deu as boas-vindas aos participantes, introduziu o tema do evento. “Precisamos treinar ser autênticos na vida pessoal e profissional”, pontuou, acrescentando que isso não significa não ter parâmetros e nem se importar com as outras pessoas, pelo contrário, é desenvolver uma comunicação autêntica, mas sem julgamentos, sem “teatros mentais” e sem violência. “Ser autêntico e verdadeiro é uma escolha transgressora”, concluiu, explicando o caráter revolucionário da CNV.

Qualidade dos relacionamentos

A palestrante Elanne Canuto iniciou sua fala dizendo que a intenção da palestra era despertar a curiosidade dos participantes para aprofundarem o conhecimento sobre a CNV, que deve ser usada para a promoção da justiça e para a transformação social. Ela destacou que é preciso “ser verdadeiro sem ser agressivo”, falando o que está vivo dentro de si sem deixar que isso interfira na qualidade dos relacionamentos. Ela citou exemplos que experienciou durante sua atuação como mediadora, ressaltando a importância de enxergar o outro com empatia, ressaltando, por exemplo, as situações que resultam em conflitos interpessoais e sociais, como as questões da violência doméstica e do racismo. “Somos todos iguais, mas não nos relacionamento como iguais”, lamentou.

Ela também falou sobre a necessidade de reestruturação do sistema de Justiça brasileiro, que é essencialmente punitivo, para que haja, de fato, mudanças pessoais e sociais. Elanne lembrou que o Brasil é um dos países que mais prendem pessoas, no mundo e que tem as maiores desigualdades sociais e as cidades mais violentas. “Quanto mais se prende mais aumenta a sensação de insegurança. As cadeias estão lotadas, mas as pessoas andam nas ruas tranquilas por causa disso?”, questionou aos participantes, pontuando que o convite da CNV (comunicação não violenta) é para que as pessoas aprendam a se relacionarem sem a necessidade de invocar aspectos como a punição, o medo e a recompensa. 

A painelista levou os participantes a refletir sobre os rótulos que dão aos outros e que carregam sobre si e como esses rótulos dificultam a comunicação, impedindo que as pessoas sejam vistas e se vejam com suas necessidades e vulnerabilidades humanas. “Comunicação real e autêntica só é possível com conexão”, destacou. Ela disse que esse treinamento passa por quatro pontos: falar claramente, sem rodeios, o que se quer; avaliar junto aos demais envolvidos as possibilidades existentes para o alcance dos objetivos; analisar o que é importante e compatível às partes e fazer os pedidos (dando as chances dos outros dizerem não) na tentativa de construir soluções.  “Olhar com respeito para uma pessoa é ‘olhar de novo’, sem os rótulos e responder a pergunta inicial: ‘por que ela faz a sua vida menos maravilhosa?’, enxergando que o outro tem tantas necessidades a serem satisfeitas  quanto você”, lembrou.

A CNV e o Ministério Público

A promotora de Justiça Mariana Neves Pedroza Bezerra conduziu o debate, agradecendo à palestrante e testemunhando como as falas contemplaram a todos e agradecendo à coordenação do Nupa, através da promotora de Justiça Liana Carvalho, e ao Ceaf pelo evento. Ela introduziu algumas perguntas dos participantes à palestrante e fez considerações sobre o tema e sua ligação com a atuação de membros e servidores do Ministério Público. 

“A autocomposição é o presente e o Ministério Público precisa se adaptar a isso. Precisamos trazer a CNV para os nossos relacionamento e atuação, atendendo aos cidadãos de forma respeitosa, ouvindo-os sem julgamentos e reconhecendo suas necessidades. Acolhendo melhor os cidadãos, estaremos prestando um serviço de melhor qualidade à sociedade”, registrou. Os participantes - a maioria membros e servidores do MPPB - elogiaram o evento online, no chat da plataforma zoom e no grupo de WhatsApp criado para as interações entre os inscritos (cerca de 100 pessoas), durante o webinário. O material deverá ser disponibilizado pelo Ceaf, em breve para o público. 



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