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Projeto que combate corrupção no serviço público já foi executado em 56 municípios

Projeto que combate corrupção no serviço público já foi executado em 56 municípios

No Estado, 33 promotores de Justiça atuaram na identificação de “servidores fantasmas”; membros falam sobre investigações, responsabilização e até identificação de mortos recebendo salários

Em dois anos, o projeto estratégico Caça-Fantasma II, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), foi executado por 33 promotores de Justiça, em 56 municípios paraibanos. A iniciativa incentiva membros do MPPB a usarem a ferramenta criada para identificar pessoas que recebem remuneração sem exercer as atividades do cargo público para o qual foi nomeado. Somente na câmara de vereadores de uma cidade, o promotor investigou e atuou para a responsabilização de oito “servidores fantasmas”.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCrim) e atual gestor do projeto, Ricardo Alex Almeida Lins, explicou que a ferramenta batizada de “Caça Fantasma” – que integra o sistema de apoio à investigação “Pandora”, desenvolvido pelo Núcleo de Gestão do Conhecimento (NGC) – foi associada às ações desta segunda edição do projeto.

“O projeto busca massificar o uso desse mecanismo de investigação para auxiliar na tomada de decisão dos membros. O objetivo do projeto é colaborar para o saneamento de irregularidades, no que tange à existência de vínculos públicos desprovidos de contrapartida. Assim, o MP promove o cumprimento da lei penal e aplaca a facilidade com que hodiernamente o dinheiro público tem destinação ímproba, remunerando particulares, sem contraprestação de serviço, através do apadrinhamento e com a participação direta de agentes públicos”, explicou Ricardo Lins.

Entre os 33 promotores que executaram o projeto Caça-fantasma II, estão: Levi Emanuel Monteiro de Sobral, 2º promotor de Justiça de Cajazeiras; Samuel Miranda Colares, 2º promotor de Justiça de Sapé; e Elmar Thiago Pereira de Alencar, promotor de Justiça de Água Branca. Os três contaram sobre as experiências que tiveram e como estão atuando em seus municípios para combater esse tipo de corrupção.

Levi Sobral: multas para aquisição de veículos
Levi Sobral destacou a atuação relacionada ao combate de “servidores fantasmas” na Câmara de Vereadores de Conceição. De acordo com ele, foram identificadas oito pessoas que recebiam salários sem a devida contraprestação do serviço público. “Celebramos acordos de não persecução penal (ANPP) com sete dessas pessoas que repercutiram na improbidade e na esfera penal. A oitava já foi condenada pelo Juízo de Conceição e apelou. As demais se comprometeram em restituir os valores ganhos aos cofres públicos, aproximadamente, R$ 140 mil, além do pagamento de multa civil no valor de 7 a 14 salários-mínimos, cada uma. Todos os valores serão depositados em conta judicial específica, a fim de que sejam adquiridos veículos próprios para o Creas, Cras e Conselho Tutelar da cidade de Conceição”, disse o promotor.

Samuel Colares: mortos recebiam salários
Já Samuel Colares executou o projeto, quando atuava no município de Patos. “Optamos por mapear, dentre os servidores que constavam como recebedores de salários pela Prefeitura, entre 2020 e 2022, aqueles que já haviam falecido no período e que continuaram recebendo salários. Feito o cruzamento de dados entre os dados informados pelos municípios com pagamentos de servidores no sistema Sagres, do TCE/PB, e registros de óbitos dessas pessoas em cartórios de registro civil, observou-se que havia casos de servidores que receberam pagamentos de salários até quatro anos depois de sua morte. Atualmente, a responsabilidade criminal por este fato, rigorosamente ilícito e detectado a partir do projeto, encontra-se sob investigação conduzida pela Promotoria de Justiça de Patos”, explicou o promotor, que atualmente está atuando em Sapé.

Elmar Alencar: alvos e diligências
Elmar Alencar também contou sua experiência com o projeto Caça-Fantasma II, na região coberta pela Promotoria de Justiça de Água Branca: “De início, selecionou-se um alvo a ser investigado, com base nos scores de risco das ferramentas utilizadas. Nesse caso, optou-se por atuar em conjuntura onde a pessoa identificada recebia, ao mesmo tempo, da Assembleia Legislativa e do Município de Imaculada, dada a distância geográfica dos dois vínculos. Também como diligência, realizou-se pesquisa de eventual registro no CNES da pessoa investigada no Município de Imaculada (consulta por profissional), pois paga pelo fundo municipal de saúde, anexando-se certidão negativa, se frustrada a busca. Realizou-se inspeção in loco, no local de trabalho investigado. Por fim, foi manifestada a intenção de celebrar ANPP, o que restou sacramentado e foi objeto de posterior encaminhamento para homologação pelo Judiciário”.

Próximo ciclo
O próximo ciclo do Caça-Fantasma II será executado a partir de fevereiro de 2025, na 1ª e na 2ª microrregiões, cujas sedes são João Pessoa e Guarabira, respectivamente.

CONTATOS

 

Telefone: (83) 2107-6000
Sede: Rua Rodrigues de Aquino, s/n, Centro, João Pessoa. CEP:58013-030.
Contatos das unidades do MPPB 

 

 

 

 

 

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