Promotoria da Saúde de Campina Grande realiza audiência sobre síndrome do zika vírus

A Promotoria de Defesa dos Direitos da Saúde de Campina Grande realizou, na última terça-feira (26), uma audiência com a presidente do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto, a médica obstetra Adriana Suely de Oliveira Neto, e com mães de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus.

Na audiência, presidida pela promotora de Justiça Adriana Amorim, a médica solicitou que o MP cobre dos poderes públicos competentes a adoção de políticas públicas que viabilize melhor atendimento às 114 crianças acometidas de Síndrome Congênita do Zika Vírus que estão sob seus cuidados.

De acordo com o relato da médica, as principais dificuldades no atendimento a essas crianças são a deficiência de transportes, a aquisição de fórmulas especiais, medicações, exames, órteses e próteses.

As mães que participaram da audiência reclamaram das dificuldades enfrentadas para a aquisição do medicamento Keppra (terapêutico que ajuda no tratamento), de vagas nas UTI´s e do próprio atendimento a esses pacientes na rede de urgência e emergência hospitalar de Campina Grande.

Ao final da audiência, a promotora Adriana Amorim de Lacerda requisitou da médica Adriana de Oliveira Melo um completo relatório contendo todas as demandas específicas dessas crianças, para que, dentro das políticas públicas existentes, seja verificado o papel dos poderes públicos e as suas respectivas responsabilidades inerentes à prestação dos serviços de saúde, de modo que se possa viabilizar atendimento mais eficaz aos referidos pacientes.

A médica informou que parte das crianças que atualmente estão sob seus cuidados são procedentes de várias partes do interior paraibano, de outros estados e até de outro país. Adriana Oliveira é uma das responsáveis pela descoberta da relação entre o vírus da zika e o crescente número de fetos com má formação cerebral, episódio que ficou conhecido como epidemia de microcefalia.