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Esporotricose: GT discute enfrentamento ao surto; já são 404 casos notificados em humanos

O grupo de trabalho criado no âmbito do Ministério Público da Paraíba para acompanhar as ações de enfrentamento ao surto epidêmico de esporotricose no Estado se reuniu, nesta terça-feira (21/05), na sede do MPPB, para avaliar ações já propostas e definir outras necessárias, principalmente, em relação ao tratamento dos pacientes. Já são 404 pacientes notificados com sintomas da doença, no Estado, desde o ano passado. Apesar do número alto, a expectativa do GT é de subnotificação.

A reunião foi coordenada pela 49ª promotora de Justiça de João Pessoa, Jovana Maria Silva Tabosa, e contou com a participação de representantes das secretarias de Saúde do Município e do Estado, do Hospital Universitário Lauro Wanderley, do Conselho Regional de Medicina Veterinária, além de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba e da Fiocruz.

A promotora Jovana Tabosa abriu a reunião lembrando que o objetivo do MPPB, juntamente com o Ministério Público Federal, representado pelo procurador da República Guilherme Ferraz, integrante do GT, é que cada órgão cumpra as ações sob sua responsabilidade no enfrentamento à doença. Além de cobrar as respostas dos órgãos integrantes do GT, o Ministério Público da Paraíba vai reforçar, com ações de comunicação (divulgação de informações em suas redes digitais), o trabalho de prevenção e combate à esporotricose. A promotora Jovana Tabosa lembrou a importância da interlocução dos órgãos com os profissionais de saúde e com a sociedade para esclarecer sobre a doença, que, mesmo sendo nova, já é tratada como epidemia, sendo sua notificação compulsória, no Estado.

 

HU responde à recomendação

Na reunião, o chefe do Núcleo de Epidemiologia do HULW, Clodoaldo Costa, prestou esclarecimentos sobre as medidas adotadas pelo hospital após a recomendação conjunta do MPPB e MPF para que o serviço de saúde viabilizasse o tratamento dos pacientes com a doença e estudo epidemiológico.

Representantes do hospital e da Secretaria de Saúde de João Pessoa ponderaram sobre entraves no Ministério da Saúde para dispensação do Itraconazol (medicamento usado para tratar humanos) e apresentaram um fluxo de atendimento e tratamento de pacientes, como também para obter a medicação junto ao MS e proceder a formalização da notificação dos casos. Foi criada uma ficha específica para notificação e o serviço de saúde se comprometeu em informar os dados pelo sistema FormSUS, nos próximos dias.

A promotora disse que as medidas tomadas pelo HULWque atende casos de esporotricose humana no Estado – seriam avaliadas em conjunto com o MPF, sem prejuízo do andamento das mesmas, e que os o Ministério Público se posicionaria em relação ao acatamento das justificativas, na próxima reunião.

 

Cuidados com os animais

O GT de acompanhamento da esporotricose discutiu, ainda, a importância do envolvimento da sociedade no enfrentamento da doença em animais e no meio ambiente. A equipe da Vigilância Ambiental de João Pessoa, sob a coordenação do gerente do setor, Nilton Guedes, fez uma apresentação sobre a atuação do órgão, no combate a várias zoonoses, principalmente, esporotricose. Os técnicos falaram sobre a transmissão da doença (que ocorre de animais para o homem ou do meio ambiente para o homem), mostrando que o animal, principalmente o gato, é tão vítima quanto o humano, porque o fungo está no meio ambiente.

Foi exposto pela médica veterinária, Suely Ruth Silva, que nem todo animal doente que arranha ou morde uma pessoa, necessariamente, passa a doença para ela. Ela lembrou que os felinos têm uma deficiência imunologia e hábitos que fazem com que estejam mais vulneráveis ao fungo (esporos). Ela também explicou que não há transmissão entre humanos, que pegam a doença por meio de uma porta de entrada às vezes microscópica (furada, arranhão) em contato com o fungo presente em lesões de animais ou no meio ambiente.

 

Eutanásia, esterilização e incineração

A promotora de Justiça, Jovana Tabosa, também foi informada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária que todos os profissionais inscritos no CRMV foram informados sobre a necessidade de que seja feita a esterilização de todos os animais doentes, como também a incineração dos bichos mortos com suspeita da doença. As carcaças, de maneira alguma, podem ser enterradas (como alguns donos de animais estão fazendo), para que não haja a proliferação dos fungos.

A promotora também foi informada que o Centro de Zoonoses de João Pessoa está realizando a esterilização de animais, como uma medida para evitar o aumento da população e o abandono. Nos casos de animais doentes sem condição de tratamento, é feita a eutanásia e a incineração das carcaças.

Todas as informações apresentadas, inclusive, a previsão de uma demanda nova de atendimento/exames e de medicamentos para esporotricose humana serão avaliadas pelo Ministério Público, juntamente com a possibilidade de envolver novos parceiros, além dos que já integram o GT.

 

 

CONTATOS

 

Telefone: (83) 2107-6000
Sede: Rua Rodrigues de Aquino, s/n, Centro, João Pessoa. CEP:58013-030.
Contatos das unidades do MPPB 

 

 

 

 

 

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