MPPB reforça compromisso de cobrar políticas de saúde para mulheres
PGJ e Corregedoria apoiam luta da ONG Amigos do Peito pelo diagnóstico precoce do câncer de mama
O câncer de mama pode ser tratável e curável e a mortalidade de mulheres por esse mal pode ser reduzida com o diagnóstico precoce. Nem a mensagem é nova, tampouco a luta de mulheres a exames e tratamento. Esse assunto foi tratado por membros do Ministério Público da Paraíba durante visita de integrantes da ONG Amigos do Peito, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (22/09). Tanto a Procuradoria-Geral de Justiça, quanto a Corregedoria-Geral do MPPB reforçaram o apoio à causa, notadamente por meio da atuação dos promotores de Justiça nos municípios paraibanos.
O procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto, recebeu as representantes da ONG, Joana Barros e Rosana Aires Porpino, acompanhado dos procuradores Álvaro Gadelha (corregedor-geral), José Roseno Neto (2º subprocurador-geral) e Herbert Targino, além dos promotores de Justiça, Fabiana Lobo (coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde) e Rodrigo Marques da Nóbrega (secretário-geral do MPPB).
Um pedido
A mastologista Joana Barros expôs as dificuldades das mulheres em ter acesso aos serviços de saúde e ao exame de mamografia com qualidade e o quanto isso tem repercutido de forma negativa na perda de vidas, diante da impossibilidade de tratar e curar cânceres em estágios avançados. A médica atua na ONG Amigos do Peito e é coordenadora da Saúde da Mulher de João Pessoa. Segundo ela, as dificuldades de acesso no interior do Estado são imensas, seja pela falta de serviços, de mamógrafos, de profissionais especializados e também da falta de conscientização de gestores e de mulheres.
“São quase três décadas lidando com diagnóstico por imagem de câncer de mama. A gente percebe que apesar da tecnologia e da informação disseminada, ainda há uma deseducação, a falta de uma informação objetivada sobre o assunto. Mulheres ainda chegam aos consultórios com lesões sangrantes que exalam mau-cheiro de tão graves que são. Nosso embate é para que tenham o diagnóstico antes das lesões serem percebidas e isso só com a mamografia. A situação de mulheres que vivem no interior do Estado é muito mais grave. Estudos mostram que pode haver uma redução de até 95% na mortalidade com a detecção do câncer em fase inicial e com hábitos saudáveis. Pedimos o apoio do Ministério Público para intensificar essa cobrança junto aos gestores públicos”, disse Joana, destacando a importância da intervenção do MP nessa causa.
Um compromisso
O procurador-geral de Justiça ouviu com atenção os relatos e destacou o apoio da PGJ, por meio do CAO da Saúde, que está mobilizando os promotores de Justiça que atuam na área para essa questão. “O Ministério Público tem uma natureza social. Sempre recepciona as demandas das áreas, fomentando projetos e atuando para solucioná-las. A ONG está muito bem acompanhada da promotora Fabiana Lobo, que faz essa ponte com os colegas promotores nos municípios. A gente sabe que tem exames (e sobram), mas que as mulheres não estão chegando aos serviços. Faremos o que puder ser feito para resolver essa questão. Vocês têm o nosso apoio”, disse.
O corregedor-geral do MP, Álvaro Gadelha, também reafirmou o compromisso da instituição com o tema tratado, mostrando-se muito sensibilizado pela situação exposta pelas integrantes da organização não governamental. “As senhoras disseram no início da visita que éramos ‘pessoas importantes’, mas ao escutá-las e vê-las vestidas com essa mensagem tão importante (Joana e Rosana estavam com a camiseta da campanha anual do Outubro Rosa: “Tá na hora de ajudar mulheres”) meu paletó e gravata desvalorizam. As senhoras, com essa luta, é quem são importantes. Conte conosco!”, afirmou.
O secretário-geral Rodrigo Nóbrega também parabenizou a ONG e destacou a capilaridade do Ministério Público da Paraíba, por meio dos promotores de Justiça que atuam do litoral ao sertão, na busca pela resolução dos problemas sociais. Já a promotora de Justiça Fabiana Lobo, por meio da qual ocorreu a visita das representantes da ONG, destacou as ações que vêm sendo realizadas pelo CAO da Saúde dentro dessa temática, garantindo que o órgão iria avançar na interlocução com os membros no sentido de que reforcem a atuação nos municípios. Ela também requereu dados do Estado sobre a cobertura de exames e a fiscalização dos mamógrafos.
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