MPPB acompanha ações governamentais de combate à dengue e outras arboviroses, em JP
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) promoveu, na tarde desta segunda-feira (9/05), uma audiência remota com representantes das secretarias de Saúde do Estado e do Município de João Pessoa (SES-PB e SMJ-JP, respectivamente) para tratar das ações que vêm sendo adotadas pelos gestores para combater, prevenir e tratar as arboviroses, na capital paraibana. Dentre as deliberações estão o envio, no prazo de 10 dias, dos planos de contingenciamento estadual e municipal contra as arboviroses; o envio de informações sobre o serviço Disque Dengue do município e a realização de campanhas educativas nas redes sociais e TV sobre o assunto.
A audiência presidida pela 49ª promotora de Justiça de João Pessoa, Jovana Tabosa, que atua na defesa da saúde, integra o procedimento administrativo instaurado para acompanhar as políticas públicas de vigilâncias epidemiológica e ambiental sobre a matéria, tendo em vista o aumento dos casos de dengue, chikungunya e zika, doenças que têm como principal vetor o mosquito Aedes aegypti.
Conforme informou a SES-PB, já foram registrados, em todo o Estado, 6.773 casos prováveis de dengue e 4.478 casos confirmados da doença. Em relação à chikungunya, foram registrados 4.464 casos prováveis e 2.259 casos confirmados e em relação à zika, 193 casos prováveis e 54 casos confirmados. Em João Pessoa, foram notificados 1454 casos prováveis de dengue e 1220 casos confirmados da doença; 549 casos de chikungunya (sendo 309 prováveis e 240 confirmados) e 27 casos de zika (21 prováveis e seis confirmados).
Segundo a secretaria, 60 dos 223 municípios paraibanos já registraram, este ano, casos suspeitos de dengue e em 45 cidades, os dados chamam a atenção porque, embora apontem um alto índice de infestação do mosquito, não há casos de arboviroses registrados, o que pode indicar uma fragilidade na assistência que está sendo dada aos pacientes.
Ações
Durante a audiência, a SES-PB informou as ações que vêm sendo realizadas desde janeiro em relação às arboviroses, destacando as reuniões periódicas com o Ministério da Saúde, visando a ações integradas; a atualização dos planos de contingência nas regiões do Estado e de manejo clínico das doenças, bem como as visitas técnicas aos municípios, priorizando os que registraram suspeita de óbitos por arboviroses, para alinhar as investigações.
A secretaria enfatizou a importância do trabalho transversal e intersetorial (envolvendo áreas como educação e limpeza urbana, para atuar no combate aos focos do mosquito) para que haja um eficiente monitoramento, enfrentamento e prevenção às arboviroses no Estado.
Já a SMS-JP informou que a capital paraibana apresenta índice de infestação predial de 0,8 (o que significa dizer que, a cada 100 imóveis, um apresenta risco de reprodução do Aedes aegipty) e que 23 bairros apresentam risco considerado médio de infestação do mosquito, o que levou o município a solicitar o apoio do Estado para intensificar as ações de carro fumacê nesses locais, o que já foi iniciado desde a semana passada.
Também foi informado que houve um aumento significativo nos meses de março e abril dos casos de dengue na capital (prevalecendo a forma clássica da doença, sem registro de óbitos), sendo que os bairros com maior notificação da doença foram: Mangabeira, Bairro das Indústrias, Cruz das Armas e Centro.
Foi destacado que locais como borracharias, terrenos baldios, imóveis fechados, áreas com atividades de reciclagem, assim como comunidades com problemas de acúmulo de lixo e jardins são as áreas que apresentam maior número de focos do mosquito.
A diretora de Atenção à Saúde do município, Aline Grisi, anunciou que, em razão do aumento de casos de dengue, será criada uma comissão intersetorial integrada por representantes de construtoras, igrejas e agentes ambientais, dentre outros, para intensificar as atuações in loco. Falou também sobre o Disque Dengue, serviço criado para recepcionar denúncias de focos do mosquito e para orientar os pacientes sobre sintomas da doença e locais de atendimento médico.
Outra medida anunciada pelo município diz respeito à realização de campanhas educativas destinadas aos agentes de endemia e agentes comunitários de saúde para que eles possam orientar adequadamente a população sobre o combate ao Aedes. Também foi comunicado que o município lançará campanha nas redes sociais e na TV para sensibilizar e conscientizar a população sobre o seu papel na prevenção e no combate ao problema.
