Pólio: CAO orienta promotores de Justiça sobre atuação em municípios com baixa cobertura vacinal
Último caso de paralisia infantil no Brasil foi registrado na PB, em 1989. Autoridades de saúde temem que a doença volte a causar vítimas
O Centro de Apoio Operacional da Saúde, órgão do Ministério Público da Paraíba, orientou aos promotores de Justiça que atuam na área que acompanhem e adotem medidas necessárias nos municípios com baixa cobertura vacinal contra a poliomielite. Com base em alerta das autoridades de saúde, 15 cidades não haviam vacinado nem a metade das crianças de 1 a 4 anos de idade, até a semana passada. Para que a paralisia infantil – uma doença erradicada cujo último caso no Brasil ocorreu na Paraíba, em 1989 – não volte a fazer vítimas, a campanha de vacinação deve alcançar, pelo menos, 95% do público-alvo.
“No último levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde e encaminhado ao MPPB, o Estado estava com uma cobertura vacinal de apenas de 62,5%, com 15 municípios abaixo de 50%, 149 entre 50% e 95% e apenas 59 com mais de 95%. Os técnicos da área dizem que tem havido resistência dos pais em vacinar os filhos. Isso é lamentável e um retrocesso para a saúde pública. Graças à vacinação, superamos a paralisia infantil e não é admissível que retrocedamos. Em face disso, o CAO acionou os promotores de Justiça, encaminhando minuta de recomendação, a título de sugestão de atuação final, com fito de que os municípios adotem medidas efetivas de busca ativa do público-alvo”, explicou a promotora de Justiça Fabiana Lobo, coordenadora do CAO da Saúde.
Fabiana Lobo disse que espera que com o “Dia D” da campanha, que ocorreu no último sábado, a cobertura vacinal tenha melhorado, mas, mesmo assim, enfatiza aos promotores de Justiça a necessidade de acompanhamento das ações nos municípios para que todos possam alcançar a meta imposta pelo Ministério da Saúde (vacinação de 95% das crianças menores de 5 anos). Na Paraíba, 227.851 crianças estão nessa faixa etária e devem receber a gotinha. A SES orientou aos municípios que mantenham salas de vacina abertas, que vacinem crianças mesmo que sejam de outras cidades, que façam parcerias com outros setores da sociedade e que registrem as doses no sistema de informação adequado.
Municípios com cobertura vacinal abaixo de 50% (Dados da SES em 13/09/2022):
Arara: 43,07%
Belém do Brejo do Cruz: 47,89%
Cabedelo: 35,25%
Campina Grande: 36,68%
Casserengue: 43,41%
Conde: 48,38%
Gado Bravo: 48.02%
Lagoa de Dentro: 42,71%
João Pessoa: 33,57%
Mamanguape: 30,37%
Patos: 44,82%
Picuí: 45,49%
Santa Luzia: 39,57%
Santa Rita: 42,01%
São Bento: 43,87%
