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Roda de conversa discute estratégias de fortalecimento do serviço de família acolhedora

Mais de 300 pessoas participaram da roda de conversa "Trabalho em Rede e Busca Ativa de Famílias Acolhedoras: Estratégias de Atuação", promovida, nessa terça-feira (19/07), pelo Ministério Público da Paraíba na modalidade remota, por meio da plataforma Google Meet. O evento teve a participação da assistente social Neusa Cerutti, graduada em direito, consultora em assistência social e direito da infância e adolescência, com vasta experiência na temática.

A roda de conversa foi promovido em parceria pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Criança, do Adolescente e da Educação, pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), pela 12ª promotora de Justiça de Campina Grande e 32ª promotora de Justiça de João Pessoa.

A abertura foi realizada pelo procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto, que apontou a temática da família acolhedora como foco especial do Ministério Público, tendo em vista que foi objeto de um projeto do planejamento estratégico da instituição que obteve muitas adesões. Ele parabenizou ao CAO da Criança e ao Ceaf pela organização do evento e destacou que o MP sempre tem preocupação nas matérias sociais. 

O diretor do Ceaf, procurador de Justiça Herbert Targino, lembrou sua trajetória de 18 anos como promotor da Criança e do Adolescente de Campina Grande e ressaltou a importância da atuação em rede, pois permite traduzir com propriedade a trama das conexões interorganizacionais e é marcada pela horizontalidade. 

 

Promotoras

A coordenadora do CAO da Criança e do Adolescente, promotora Fábia Cristina Dantas Pereira, agradeceu ao PGJ e ao Ceaf o apoio para a realização do evento e reafirmou que as crianças e os adolescentes devem permanecer no seio familiar, só sendo retirados em casos excepcionais. Ela também afirmou a importância do acolhimento em família acolhedora em detrimento do acolhimento institucional, porque mantém a criança na convivência familiar e na comunidade, atendida de forma individualizada e comunitária. Fábia Dantas também informou que o Estado da Paraíba implementou o serviço de forma regionalizada em 11 núcleos, sendo cinco já criados e seis em fase de implementação. Por isso, há a necessidade de sensibilização das famílias para se cadastrem para receber crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

A promotora Soraya Nóbrega, que atua na defesa da criança e do adolescente em João Pessoa, relatou a experiência da Capital na implantação do serviço de família acolhedora, que já conta com 18 famílias cadastradas, das quais 13 estão recebendo crianças e adolescentes e até grupos de irmãos. Também foi ressaltado o empenho da rede de proteção e do poder público municipal na implantação do serviço e que a busca ativa de famílias deve ser contínua.

A promotora Juliana Couto, que atua na defesa da criança e do adolescente de Campina Grande, enfatizou a necessidade de ruptura da cultura de institucionalização e o espaço familiar como espaço de reparação de direitos.  Ela falou ainda sobre o serviço de família acolhedora que está sendo implementado em Campina Grande e do trabalho permanente de busca ativa das ativas, ressaltando a necessidade de monitorar e revisar periodicamente as estratégias para conquistar novas famílias.

 

Palestra

A assistente social e consultora Neusa Cerutti falou sobre a experiência no serviço de família acolhedora de Cascavel, no Paraná, município que tem o melhor serviço do país. Ela destacou que sem mobilização e articulação não tem como o acolhimento familiar ser implementado e que é preciso quebrar crenças e paradigmas para que o funcionamento.

Neusa Cerutti afirmou que prensar o acolhimento familiar requer reflexões importantes sobre a tendência existente na sociedade brasileira de naturalização da violência, sobre o mito da família perfeita e sobre o mito do amor materno. Além disso, é necessário uma atuação articulada em rede e aumentar o campo de visão. Ela falou ainda sobre diversos tipos de rede, como a social espontânea, as sócio-comunitárias, as setoriais públicas e as intersetoriais. 

Outro ponto destacado pela consultora foi a importância fundamental da busca ativa de famílias. Para Neusa Cerutti, a busca ativa leva o Estado ao indivíduo, superando a atuação pautada exclusivamente na demanda espontânea. Ela ressaltou também que, na busca ativa de famílias acolhedoras, a lógica se inverte; em vez de o Estado buscar famílias vulneráveis, ele tem que localizar famílias com potenciais para acolhimento.

Além disso, é preciso que o poder público prepare profissionais com perfil e que acreditem nesse trabalho. “O trabalho depende muito do convencimento, e só é possível convencer daquilo em que se acredita”, disse a consultora. 

Neusa Cerutti também falou sobre a importância da sensibilização da sociedade e da tarefa do poder público municipal de elaborar ações e campanhas adequadas para divulgação do serviço em seu município.  Para atrair novas famílias, a consultora apontou a importância de utilizar vários canais de comunicação (campanhas, mídias sociais, cartazes, entre outros) e sobre a busca em igrejas e centros religiosos, salas de espera de unidades de saúde, salão de beleza, entre outros. 

Ao final do evento, os participantes tiveram a oportunidade de dialogar e tirar as principais dúvidas sobre o assunto. 

CONTATOS

 

Telefone: (83) 2107-6000
Sede: Rua Rodrigues de Aquino, s/n, Centro, João Pessoa. CEP:58013-030.
Contatos das unidades do MPPB 

 

 

 

 

 

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