Encontro do Ministério Público: professor diz que dominação do comportamento masculino alimenta a violência de gênero
Os Movimentos Feminista e LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) têm contribuído em muito na luta contra a violência que atinge mulheres e outras pessoas que se sentem e se apresentam como do gênero feminino, mas a dominação masculina ainda está arraigada na sociedade e em seus costumes. O machismo é um modelo que tenta justificar a violência.
Esse foi o destaque da palestra proferida pelo professor Marco Aurélio Máximo Prado, nesta quinta-feira (27), na abertura do segundo dia do 'V Encontro Nacional do Ministério Público Sobre Violência Contra a Mulher', realizado no auditório do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê). Com o tema 'Violência Contra a Mulher – Novas Perspectivas', o evento foi aberto na noite dessa quarta-feira (26) e se encerra no final da manhã desta sexta-feira (28).
“Os movimentos LGBT e Feminista trouxeram ferramentas para essa luta contra a violência, mas as teorias gerais entraram em crise. Hoje temos que pensar singularmente. Essa é a mudança, pois a questão é de gênero e gênero, com suas singularidades, é muito mais amplo do que se pensa”, destacou Marco Aurélio, que proferiu a palestra 'Gênero e Masculinidades', cujo debatedor foi o pesquisador de gênero Adriano de Léon, doutor em Sociologia e Antropologia, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
“Na verdade, é difícil discutir a violência de gênero, sem interpretar as experiências humanos. Ser heterossexual na sociedade atual é muito difícil, a cobrança é muito grande, A dominação masculina virou modelo e tudo que vai contra isso sofre violência”, completou Marco Aurélio, que é doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O encontro é uma realização do Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos da Mulher de João Pessoa e Campina Grande; do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), da Comissão Permanente de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Copevid); e do Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG).
O evento ainda tem apoio da Associação Paraibana do Ministério Público (APMP); do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana; das Prefeituras de João Pessoa (PMJP) e Campina Grande (PMCG); do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê); da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e do Grupo São Braz.