Roda de conversa discute o enfrentamento à violência contra a mulher
A Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher realizou, nesta sexta-feira (22/03), a "Roda de Conversa: O MP e a sociedade no enfrentamento à violência contra a mulher". O evento teve o objetivo de fomentar a discussão sobre os papéis do Ministério Público e dos organismos sociais na luta permanente pelos direitos das mulheres e pelo fim da violência de gênero. A roda teve a participação de membros e servidores do MPPB, de professores e estudantes da UFPB e representantes da sociedade civil.
O evento foi aberto pelo 2º subprocurador-geral Alvaro Gadelha que destacou a importância da discussão. “Muitos padronizam a ideia de que ser homem é ser maior, mais forte, é sempre estar no comando. Mas o homem não existe sozinho. Por isso, conversem, debatam, ajudem a sociedade e contem com o Ministério Público”, disse.
A promotora de Justiça Rosana Araújo declarou que o objetivo do evento é reafirmar o papel do Ministério Público no enfrentamento à discriminação e de gênero e à violência contra a mulher. “Queremos uma união de forças para qualificar esse enfrentamento e estamos destacando o papel e a responsabilidade do Ministério Público na construção desse novo olhar”, declarou.
A promotora corregedora Cristiana Vasconcelos parabenizou a Promotoria da Mulher pela iniciativa e ressaltou as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam no dia a dia. “É preciso mudar a concepção do feminino e eventos como esse mostram que há esperança de mudança. Desejo que aqui frutifique muitas boas ideias”, explicou.
Desconstrução da masculinidade tóxica
A roda de conversa foi conduzida pela professora de Psicologia Social da UFPB, Ana Raquel Rosas Torres. Segundo a professora, a finalidade foi estabelecer um diálogo entre o MP e a academia. “Queremos mostrar o que a gente faz e como pode contribuir desconstruir a masculinidade tóxica e agressiva, na tentativa de mudança das relações homens e mulheres”, disse.
A professora destacou ainda que é preciso entender que as relações familiares e dentro do Ministério Público são produtos das dinâmicas macrossociais que dominam a sociedade. “É como se fossem microcosmos. Existe uma relação de dinâmica social que define papeis para o homem e a mulher e isso se reflete dentro das relações nas instituições”, explicou.
Ana Raquel informou ainda que o Grupo de Pesquisa em Comportamento Político da UFPB, do qual faz parte, estuda os processos de discriminação contra mulher em vários aspectos: no mercado de trabalho; a culpabilização vitima de violência sexual; e os desafios do homem que defende igualdade de gênero.