Projetos "Florescer Mulheres" e "Refletir" são apresentados durante evento no Unipê
O Dia Nacional do Combate à Violência Contra a Mulher, na última quinta-feira (10 de outubro) foi marcado por um evento construído, conjuntamente, pelo Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) e o Ministério Público da Paraíba. O intuito foi discutir e compreender os fatores individuais e sociais de homens e mulheres que cometeram e sofreram violência em casa. Um dos destaques do evento foi a apresentação dos projetos “Florescer Mulheres” e “Refletir”, desenvolvidos pelo MPPB.
Representaram o Ministério Público, as promotoras de Justiça Elaine Alencar (que atua na área da Infância e Adolescência de Campina Grande) e Dulcerita Alves (com atuação na Promotoria da Mulher de João Pessoa). Ambas foram responsáveis pela criação e execução dos projetos Refletir e Florescer, no âmbito do MPPB. O evento foi organizado pela professora do curso de Psicologia do Unipê, Leda Maia. Além delas, o evento contou com a participação da psicanalista Mercês Muribeca, da psicóloga Vanilda Luna, da advogada Eliomara Abrantes, da delegada Josenice de Andrade, da juíza Graziela Gadelha e da representante da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana do Estado da Paraíba, Gilberta Santos.
Grupo operativo para mulheres
De acordo com Dulcerita Alves, atual gestora e executora dos projetos da Capital, destacou a importância de fazer chegar ao conhecimento de homens e mulheres e de toda a sociedade iniciativas que visem romper o ciclo da violência doméstica, que possam ser executadas paralelamente às medidas protetivas para as vítimas e a devida punição dos agressores. “Estou muito feliz em poder divulgar o Projeto Florescer Mulheres fora do Ministério Público. Temos que publicizar essa iniciativa no âmbito acadêmico e perante a sociedade para que cada vez mais se naturalize que devemos proteger, empoderar, elevar a autoestima das mulheres e encaminhá-las ao mercado de trabalho para que possam quebrar o ciclo da violência”, disse.
Grupo reflexivo para homens
Para a promotora Elaine Alencar, que atuou na gestão dos projetos quando estava na coordenação do CAO Cidadania, o evento no Unipê foi uma partilha de experiências. Ela ressaltou a importância da parceria com instituições que integram a rede de enfrentamento à violência contra a mulher. “Esse fenômeno tem exigido medidas diversas que vão além da repressão penal. É exatamente nesse contexto que os projetos e iniciativas realizados pelo MPPB e pelas instituições parceiras, a exemplo do Projeto Refletir, trabalham. Alinhando-se com propostas de práticas restaurativas, os grupos reflexivos propõem a homens autores de violência uma mudança de pensamento, rompendo o machismo e abandonando o comportamento possessivo. Esse trabalho, que não afasta a punição pelo crime, os participantes são tratados como pessoas capazes de modificar suas realidades e de decidir não reincidir na conduta violenta”, explicou.
Violência silenciosa e dissimulada
“A violência doméstica atinge as mulheres de forma silenciosa e dissimulada e não obedece a nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico, imputando às vítimas um sofrimento indescritível. Os dados são alarmantes e, por isso, requerem uma ação constante de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher”, afirmou a professora Leda Maia.