MPPB está no júri de prêmio que visibiliza iniciativas de prevenção da violência de gênero
O Ministério Público da Paraíba terá representante no júri final do “3º Prêmio Viva - Pela Vida de Todas as Mulheres”, promovido pela Revista Marie Claire e pelo Instituto Avon. A promotora de Justiça Dulcerita Alves, que atua na área da violência doméstica em João Pessoa, foi convidada e participou da escolha dos projetos vencedores, que serão apresentados nesta segunda-feira, em solenidade online que ocorrerá, a partir das 19h, nas redes sociais dos organizadores. São oito categorias, cada uma com três iniciativas concorrendo a esta edição de 2020, um ano marcado pelo distanciamento social e restrições sanitárias impostos pela pandemia de covid-19.
O objetivo do prêmio é “reconhecer e visibilizar quem ajuda a prevenir as violências contra mulheres e meninas, ou ainda acolher e protegê-las no Brasil”. Para a promotora de Justiça do MPPB, ser jurada do “Viva” foi uma experiência singular, porque o prêmio abre o horizonte para mostrar que pessoas simples, com poucos recursos e em um período tão difícil, se engajam na luta contra a violência de gênero. “Em um ano tão difícil, no qual pude me deparar com tantas notícias tristes com relação à violência doméstica contra a mulher, conhecer tantas boas práticas pela vida das mulheres em todo o Brasil me renova”, afirmou Dulcerita Alves.
Todos são vencedores
A representante do MPPB contou que foi convidada para julgar as iniciativas relacionadas à formulação de leis, no Comitê Legislativo, uma das oito categorias do prêmio (Revendedoras Avon, Sociedade Civil, Legislativo, Segurança e Justiça, Eles por Elas, Saúde, Autonomia Econômica e Educação). “Quando tive acesso às iniciativas, aos projetos, às vidas modificadas, minha vontade era dizer aquela frase clichê: ‘todos são vencedores’. Mas vi que não era clichê, era realidade, todos merecem vencer, porque já são vencedores por salvarem mulheres e modificarem a vida de homens. Fiquei emocionada várias vezes em poder acessar tanta riqueza de histórias, tanta vontade de salvar vidas. Sou grata em poder nesta noite conhecer os vencedores e ter participado dessa escolha”, pontuou.
A terceira edição do prêmio prioriza iniciativas desenvolvidas no contexto da infecção por covid-19, ao considerar dados como os divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostrou um aumento de 37,6% no número de chamadas telefônicas com denúncias de agressões contra mulheres de todo o Brasil, durante o mês de março, início da pandemia. “O mesmo documento mostrou que os feminicídios subiram 22% em 12 estados brasileiros, entre março e abril. Outra iniciativa do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo revelou que 73% das mulheres assassinadas nos primeiros seis meses no país são negras, que evidencia o retrato do racismo e da desigualdade brasileiros”, destaca trecho de publicação da Marie Claire e Instituto Avon, sobre o prêmio.
Jurados e finalistas
O júri final é formado por Dulcerita Alves, promotora de Justiça do MPPB; Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora; Daniela Grelin, diretora-executiva do Instituto Avon; Flávia Oliveira, colunista da GloboNews e CBN; Laura Ancona, diretora de Redação da Marie Claire; Juliana de Faria, fundadora do Think Olga Think Eva; Melania Amorim, médica PHD em ginecologia; Thiago Amparo, especialista em Direitos Humanos e professor da FG, e Vivi Duarte, CEO do Buzzfeed no Brasil e fundadora do Plano Feminino.
Concorrem à premiação nas oito categorias as iniciativas de autoria de Veronique Ribeiro; Prescila Venâncio; Pricilia Vasques; Indira Xavier; Laina Crisóstomo; Marciane Pereira dos Santos; Jandira Feghali; Maria do Rosário; Sâmia bonfim; Ana Rosa Campos; Cândida Ferreira; Maísa Felix Araújo (coordenadora das delegacias da Mulher da Paraíba); José Miguel Nieto Olivar; Nadilson Gomes; Sérgio Barbosa; Magna Damasceno; Winnie nascimento; Bruna Menezes Gomes; Luciana Azambuja Roca; Elizandra Cerqueira e Juliana da Costa Gomes; Maitê Schneider; Maíra Baracho, Virginía Rigot-Muller e Daniela Orofino; Luzitânia de Jesus e helena Silvestre.