Mulheres de Caaporã participam do 5º encontro do projeto Florescer, que visa romper o ciclo natural da violência doméstica
Etapa de cinco encontros é encerrada. O projeto tem como objetivo criar um espaço de acolhimento que facilite as trocas de experiências de forma que as participantes do grupo possam perceber que não se trata de uma problemática individual, mas compartilhada. Iniciativa visa ao empoderamento feminino.
Dez mulheres vítimas de agressão decorrente de violência doméstica do município de Caaporã, no Litoral Sul da Paraíba, estão participando do projeto “Florescer Mulheres”, idealizado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e que vem sendo implementado em municípios do Estado com o apoio do curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) para combater e prevenir a violência doméstica. Em maio deste ano, o projeto teve a adesão da promotora de Justiça de Caaporã, Miriam Vasconcelos. Desde então, vem sendo executado em Caaporã e também em Pitimbu.
Nesta quinta-feira (26/08), as 10 participantes concluíram a etapa de cinco encontros realizados no Serviço de Convivência do município por uma equipe de facilitadoras capacitadas pela professora do Unipê, Leda Maia. A partir de agora, elas serão encaminhadas a atividades de psicoterapia e a cursos profissionalizantes.
Conforme explicou a promotora de Justiça, Miriam Vasconcelos, as participantes do primeiro grupo operativo do projeto foram selecionadas a partir de processos de violência doméstica que tramitam na comarca de Caaporã e entre as vítimas que fizeram representação na delegacia local com pedido de medida protetiva.
Segundo Miriam Vasconcelos, a experiência em Caaporã foi muito bem sucedida, uma vez que houve o engajamento de toda a equipe de facilitadoras, da rede de proteção e das participantes. “O projeto ‘Florescer Mulheres’ visa romper com o ciclo de naturalização da violência doméstica e é um projeto de empoderamento feminino”, destacou.
Estiveram presentes na reunião de hoje, além da promotora Miriam, a vice-prefeita de Caaporã, Isabele dos Santos, a secretária de Desenvolvimento Humano e Inclusão Social, Rose Lima e as equipes dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras/Creas), do Serviço de Convivência e do Conselho Tutelar.
O projeto
O projeto Florescer Mulheres foi idealizado pelas promotoras de Justiça Dulcerita Alves e Elaine Cristina do MPPB e teve início em maio de 2019. Ele é realizado por meio de grupos operativos com mulheres que estejam ou não em situação de violência doméstica e até voluntárias e familiares.
A metodologia envolve a realização de cinco encontros semanais, com duas horas de duração. O funcionamento dos encontros se dá através de rodas de conversas, apresentações de vídeos, realização de dinâmicas e estímulo à reflexão e compartilhamento de experiências.
Conforme explicou a promotora de Justiça Miriam Vasconcelos, um dos destaques mais relevantes do projeto é fazer a mulher reconhecer a violência sofrida e que este tipo de comportamento é abusivo e traz sofrimentos para sua pessoa, dando a ela a capacidade de encontrar meios para sair da situação vivenciada. “Está sendo muito gratificante poder contribuir com o rompimento do ciclo da violência nesta comarca”, ponderou.
