Primeira edição da “Conversa Cidadã” contou com participação de juristas e comunidade acadêmica
A primeira edição da 'Conversa Cidadã – O MPF e a Constituição Federal', em alusão aos 30 anos da Constituição de 1988, contou com a participação de juristas, servidores do órgão e comunidade acadêmica. O evento, promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) na Paraíba, ocorreu na manhã desta sexta-feira (25/05), na sede do MPF em João Pessoa, e foi transmitido para todo o Brasil, por meio da TV MPF. Oportunamente, a gravação será disponibilizada no link: http://www.tvmpf.mpf.mp.br/.
A conversa girou em torno do documentário “Pedro Jorge – Uma vida pela Justiça”, que aborda a trajetória do procurador da República assassinado em razão da função. Após a exibição do vídeo, houve palestras do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, e do advogado Gilberto Marques – personagem do documentário, assistente de acusação no processo que condenou os assassinos de Pedro Jorge.
Participaram dos debates, ainda, o procurador-chefe do MPF na Paraíba, Marcos Queiroga; o procurador-geral de Justiça da Paraíba, Francisco Seráphico; o diretor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade de Federal da Paraíba (UFPB), Fredys Orlando Sorto; e a sub-procuradora-geral da República aposentada, Dalva Almeida. O sub-procurador-geral da República aposentado, Eitel Santiago, assim como membros do MPF na Paraíba, também prestigiaram a Conversa Cidadã.
No evento, o procurador Marcos Queiroga homenageou, em nome da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o advogado Gilberto Marques, pelo relevante papel que ele teve no processo envolvendo Pedro Jorge. Na oportunidade, foi entregue pelo vice-PGR uma placa de honra ao mérito ao convidado.
Queiroga avaliou como positiva a primeira edição da Conversa Cidadã, tendo em vista a importância do debate em torno da vida e morte do procurador Pedro Jorge, bem como pela relevância das discussões acerca do papel do Ministério Público.
“O assassinato de Pedro Jorge foi extremamente impactante nos debates constituintes que resultaram na nova conformação do Ministério Público na Constituição de 1988. É preciso compreender o papel daqueles que já estiveram aqui e saber que muitos dos avanços de hoje vieram a partir do sangue e da luta de grandes guerreiros de ontem”, afirmou o procurador-chefe.
O documentário
Entre os anos de 1979 e 1980, políticos, militares ligados às práticas de tortura e outras pessoas influentes do município de Floresta, no Sertão de Pernambuco, começaram a se beneficiar de um esquema milionário de desvio de dinheiro público que ficou conhecido como o Escândalo da Mandioca. Eles se passavam por produtores rurais e conseguiam financiamento do Banco do Brasil para o plantio, mas nada cultivavam e ainda embolsavam o dinheiro do seguro por perda da safra.
Coube ao procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva denunciar os envolvidos. Mas o que deveria ser mais uma atuação profissional acabou em tragédia. Após receber várias ameaças, Pedro Jorge foi assassinado, a mando de um dos militares denunciados na fraude, quando saía de uma padaria com o pão e o leite do jantar.
O documentário é um relato da trajetória pessoal e profissional de Pedro Jorge, que morreu aos 35 anos de idade, deixando esposa e duas filhas. Familiares, amigos e colegas de profissão que conviveram com ele ou que tiveram papel decisivo para que os assassinos fossem condenados recontam essa história, enfatizando as lições que o exemplo de Pedro Jorge deixou para o Ministério Público e para a sociedade.
Texto e foto: Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República na Paraíba