Diante da apressada decisão da Câmara dos Deputados de colocar em votação a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 05/21), que pode causar prejuízos sem precedentes ao Ministério Público Brasileiro e ao próprio sistema de Justiça, o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG) e a Associação Nacional dos Membros do MP (Conamp) lançaram, nessa quarta-feira (6), uma nota conjunta repudiando essa tentativa de enfraquecer a atuação do MP. O Ministério Público da Paraíba aderiu à mobilização "Não à PEC 05/21.
Na nota, as entidades reafirmam que, caso a Câmara dos Deputados coloque a PEC em votação, sem uma discussão aprofundada da matéria, o Poder Legislativo poderá desconfigurar completamente a atuação MP, retirando, dentre outras atribuições, a garantia da independência funcional, tão bem consagrada pela Constituição Federal de 1988.
“A PEC dá poderes ao Conselho Nacional do MP (CNMP) para rever procedimentos de membros, seja na esfera administrativa ou judicial. Isso não é controle externo; é controle do mérito das decisões. Assim, o CNMP viraria um órgão jurisdicional para atuar sobre os 15 mil promotores e procuradores. Não faz qualquer sentido, pois os tribunais de Justiça já avaliam essas decisões, existem recursos para isso”, explica o procurador-geral de Justiça do Estado do Ceará, Manuel Pinheiro Freitas.
Para o CNPG e a Conamp é importante ressaltar que a PEC 05/21 configura uma ofensa direta à independência funcional dos membros do MP e também uma ofensa indireta ao Poder Judiciário. Se aprovada, a emenda vai desmantelar o sistema de freios e contrapesos, substituindo os procuradores e promotores durante a tomada de decisão em casos concretos.
Os dirigentes do Ministério Público Brasileiro relembram que controle disciplinar não pode se transformar em desconfiguração ou análise de decisões em casos concretos, papel esse que já cabe ao Poder Judiciário. O CNPG e a Conamp alertam, ainda, que a decisão irrefletida de colocar a PEC em votação pode comprometer o bom funcionamento de todos os órgãos do Sistema de Justiça, inclusive o próprio CNMP, causando danos irreparáveis à sociedade brasileira.
O CNPG conta com a participação do procurador-geral de Justiça da Paraíba, Antônio Hortêncio Rocha Neto, chefe do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Já a Conamp é representada no Estado pela Associação Paraibana do Ministério Público (APMP), cujo presidente é o promotor de Justiça Leonardo Quintans.
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Com informações da Ascom/CNPG
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