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Inclusão e diversidade: “Se forem dadas as oportunidades, todas as pessoas chegarão”

Inclusão e diversidade: “Se forem dadas as oportunidades, todas as pessoas chegarão”
Mãe e violinista com síndrome de Down deixam lição em evento comemorativo do Dia do MP; painéis destacam importância de se banir o capacitismo e apostar na satisfação das pessoas em seus ambientes de trabalho

“Amanda tem síndrome de Down e isso nunca a impediu de desenvolver nenhuma atividade. Se forem dadas as oportunidades, todas as pessoas chegarão, porque todas têm limitações”. Foi assim que Sueli Miranda apresentou a filha, antes de executarem peças musicais em seus violinos, durante o evento comemorativo do Dia do Ministério Público, que teve como tema “Inclusão e Diversidade”. O momento — que foi promovido pela Procuradoria-Geral de Justiça, na manhã desta sexta-feira (15/12), na sede do MPPB, em João Pessoa — contou, ainda, com painéis apresentados por professores da área de psicologia sobre a temática e a sua aplicação no cotidiano do MPPB.

O procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto abriu o evento saudando e agradecendo a presença dos membros/as, servidoras/es, estagiários/as e funcionários/as terceirizados/as. “Preparamos esse momento com muito carinho, dentro da Semana do MP para comemorarmos esse serviço de alta relevância que prestamos à sociedade. Como sempre eu gosto de dizer: estamos de portas abertas, não somente nas promotorias, mas em cada setor da nossa instituição para acolher e incluir. Obrigado a todos e a todas que estiveram construindo conosco neste ano” disse. 

O promotor de Justiça, Leonardo Quintans, presidente da Associação Paraibana do Ministério Público (APMP), também parabenizou os integrantes da instituição e destacou que o momento é de reflexão pelo trabalho realizado em 2023 e de renovação de forças para 2024. “O Ministério Público é essa construção coletiva de membros, servidores e colaboradores. Que possamos, no próximo ano, seguir servindo, defendendo a sociedade e melhorando a qualidade de vida do nosso povo. Esse é o nosso objetivo”, lembrou. 

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O que limita é a falta de oportunidade

Em seguida, houve a apresentação de Amanda e Suely que emocionaram o público com a habilidade musical que estão desenvolvendo juntas. Suely, a mãe, contou que não era música profissional, mas que começou a tocar para acompanhar a filha com síndrome de Down. Amanda pratica esportes, estuda, toca violino, mostrando que as limitações impostas pela trissomia do cromossomo 21 não a impedem de exercer nenhuma dessas atividades. O exemplo de Amanda foi citado algumas vezes durante os painéis apresentados logo após.

As palestras foram proferidas pelas professoras Maria da Penha de Lima Coutinho e Ana Flávia Borba Coutinho e pelo professor Márcio de Lima Coutinho. A mediação foi feita pela promotora de Justiça, Liana Carvalho, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Cidadania e do Núcleo de Gênero, Diversidade e Igualdade Racial (Gedir). 

Liana Carvalho parabenizou à gestão pelo tema escolhido para o evento, reafirmando que quando se garante os direitos efetivos de todas as pessoas elas são alçadas a espaços que só não ocupam quando não há oportunidades. Ela destacou a visão do procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio; da 1ª subprocuradora-geral, Vasti Clea Lopes; e da secretária de Planejamento, Cristiana Vasconcellos; bem como dos/as colegas que trabalham na pauta de inclusão e diversidade no Ministério Público. A promotora apresentou os convidados e coordenou o debate que sucedeu os painéis. 

PCDs:  onde estão?
A professora doutora da área de psicologia, Ana Flávia Borba, falou sobre a inclusão, na sociedade e no ambiente de trabalho, de pessoas com deficiência, com autismo e com outras limitações físicas e cognitivas. Ela destacou a importância da promoção da inclusão. “Vinte e quatro por cento da população brasileira têm algum tipo de deficiência. Eu pergunto: quantas pessoas com deficiência há aqui nesse auditório? E por que elas não estão nos ambientes que frequentamos nessa proporção? Os comportamentos excludentes dificultam o caminho dessas pessoas na sociedade”, disse. 

Ana Flávia também falou sobre entraves para a plena inclusão, como o “pré-conceito”, o desconhecimento, o receio de olhar, de falar com pessoas com deficiência sabendo que elas são acima de tudo “pessoas, com sonhos, família, habilidades e dons”, que as deficiências delas lhes trazem características, mas não as definem por si sós. A professora destacou a importância da nomenclatura PCD (pessoa com deficiência) e mostrou porque não se deve usar termos capacitistas, carregados de preconceito e desatualizados, tais como: portador de deficiência, pessoas com necessidades especiais, surdo-mudo, termos pejorativos (bichinho, ceguinho, aleijadinho). Por outro lado, pode-se dizer que a pessoa é surda, é cega, tem uma determinada deficiência, ou seja, pode-se reconhecer sua deficiência sem limitá-la a essa deficiência. 

A professora também falou sobre como a tecnologia tem ajudado na inclusão e aconselhou, ainda, que se evite falar em “exemplo de superação” para pessoas que apenas vivem e querem viver naturalmente. 

Satisfação no ambiente de trabalho
O professor Márcio Coutinho falou sobre psicologia organizacional e a qualidade de vida no trabalho, saúde mental e bournout. Ele também parabenizou o MP sobre a escolha do tema tratado no evento interno da instituição. Ele fez uma dinâmica com o público para mostrar como trabalho e família se misturam, e como o adoecimento em um desses campos impacta o outro. “Dificilmente dissociamos família de trabalho. Passamos até dois terços do nosso tempo no ambiente de trabalho. Precisamos estar satisfeitos no local onde desenvolvemos nossas atividades”, disse. 

O professor respondeu a questionamentos diversos sobre como diagnosticar pessoas adoecidas, como ajudá-las. Falou de programas de qualidade de vida que devem ser desenvolvidos nas instituições, focando na satisfação com horários e cargas de trabalho, ações de saúde, relacionamentos. Ele destacou, ainda, a importância de se banir a pressão exacerbada e das demandas fora de hora, que levam ao adoecimento e, consequentemente, a uma relação ruim no ambiente de trabalho e ao absenteísmo e à baixa produtividade. 

A coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Uniesp, Maria da Penha de Lima Coutinho, também complementou as palestras dos professores e respondeu a questionamentos relativos ao adoecimento e à depressão. Ela disse que o Uniesp abriu as portas com alegria ao MPPB e estava disponível para formalizar parcerias que viabilizem trabalhos que sejam pertinentes à área de psicologia. “Temos professores e excelentes psicólogos que poderão colaborar com a instituição”, disse.

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