Filme “Quanto vale ou é por quilo?”, exibido no HackFest 2017, mostra passado e presente da corrupção no país

O filme “Quanto vale ou é por quilo?” (2005), teve a sua primeira sessão exibida neste sábado (10), no Cine Bangüe do Espaço Cultural José Lins do Rego, durante a programação do HackFest 2017. A segunda sessão do filme será exibida hoje à tarde, a partir das 16h, no Cine Bangüe.

Com direção e roteiro de Sergio Bianchi, a produção cinematográfica traça um paralelo entre passado e presente, fazendo uma relação com o comércio de escravos no século XVIII e o marketing social, realizado por empresas privadas que aplicam recursos e ajudam a desenvolver projetos de causa social em Organizações Não-Governamentais.

“É bem interessante como ele mostra como as pessoas usam a ação social para se promover em cima das pessoas pobres nesse sistema capitalista que a gente vive. Tudo em torno do dinheiro”, reflete a estudante Ane Regina Félix que esteve presente na primeira sessão do filme e que, até então, não conhecia a produção fílmica.

No filme, a empresa Stiner Empreendimentos Sociais, dirigida por Ricardo Pedrosa (Caco Ciocler) e Marco Aurélio Silveira (Herson Capri), decide apoiar o projeto “Informática na Periferia”, idealizado por uma ONG de uma comunidade carente. “Quanto vale ou é por quilo?” reflete as diversas formas e meios de corrupção, no Brasil, desde o período Colonial até os dias atuais com o envolvimento de políticos e empresários no desvio de dinheiro e na criação de empresas fantasmas, por exemplo.

Com base em histórias de escravos retiradas de documentos do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, no período ‘Brasil Colônia’, o filme dirigido por Sergio Bianchi também reflete o racismo, a desigualdade social, bem como a origem da troca de favores, prática comum na relação entre patrão e empregado.

Para a estudante Ane Félix, o filme deve ser divulgado nas escolas e em outros espaços, pois “todas as pessoas devem assistir para tentar se conscientizar de que a gente deve cobrar os nossos direitos e, também, está em dia com assuntos a respeito das contas públicas, porque [os políticos] estão ali [exercendo a sua função] por nós. A gente tem que cobrar o trabalho que estão nos devendo”, afirma.

Além dos atores Caco Ciocler e Herson Capri, o elenco do filme é composto por nomes como Ana Carbatti, Sílvio Guindane, Zezé Motta, Lázaro Ramos, Leona Cavalli, Antônio Abujamra, Caio Blat, além da atriz paraibana Marcélia Cartaxo.